Quatro paredes brancas que se escureceram com o cair da noite. Algumas manchas alaranjadas que fazem reconhecer a luz dos gigantes luminosos que estão lá fora. Por entre a cortina vejo ainda a árvore grande e quase tenho vontade de me levantar e observá-la de mais perto, do peitoril da varanda, mas a baixa temperatura que se faz sentir, rouba-me a vontade de abandonar o conforto de uma cama quente.
O silêncio paira no ar. É interrompido pela música, quando me lembro de a soltar das colunas do pequeno portátil em que estou a escrever, ou do toque de mensagem do telemóvel, que faz lembrar os passarinhos que, em tempos mais amenos, cantam pra lá daquela varanda.
O quadro de fotografias na parede faz-me sentir saudades, olho para cada rosto e observo a cada dia uma caraterística nova, diferente de todas as outras, que ainda não tinha reparado até então.
Esta é mais uma noite como tantas outras que hão de vir. Com o conforto da cama e o calor do aquecedor será, com certeza, mais fácil passar as noites deste segundo semestre que hoje começou!