terça-feira, 3 de outubro de 2017

desamor no desmundo

não se faz guerra por excesso de paz, nem se luta por tédio. não se destroem famílias por sabor a sangue, não se queimam sonhos por nada.
não é ao calhas que cá estamos, quanto muito achem que é uma questão de probabilidade, de sorte. temos o dever de fazer o melhor que pudermos.
hoje mata-se porque não se suporta a opinião deste ou porque a casa daquele é maior que a minha, ou até porque o carro do outro foi a baixo na fila do trânsito. é assim. agora estamos. agora já não. são instantes.
cada vez menos tolerância, menos respeito, menos compaixão, menos amor. falta amor próprio para dar amor aos outros, para mostrar que se pode amar sem condições. é preciso ensinar nas escolas o que é o amor, o que é amar os outros. amá-los porque são iguais a nós, apesar das diferenças, amá-los pelos erros que cometem, amá-los porque só assim nos amam a nós. é preciso cada vez mais educar para o amor (aquela história da cidadania, o que é mais do que respeito, tolerância, compaixão, amor?)
é preciso ensinar que o amor é mais do que ter dez namorados/as no básico e outros/as tantos/as até ao fim da faculdade. é preciso ensinar a amar porque sim, porque é a única forma de nos darmos, completos. é urgente aprender a amar, sob pena de estarmos irremediavelmente perdidos.




domingo, 1 de outubro de 2017

until the end

espero que a partir de agora tenhas sempre um pedaço de coração para oferecer, que não te faltem as gargalhadas e que as lágrimas não te sequem quando precisares de desatar os nós. quero acreditar que não te faltará colo para chorar, nem uma mão estendida para te tirar do abismo. que haja sempre alguém que não te deixe cair, ou que logo logo te apanhe, sem que deixe o chão encostar-te demasiado à parede. não pode haver razões para te deixarem lá ficar. não foi para isso que chegámos até aqui. foi para aprender, para sentir, para mostrar uma à outra e ao mundo que afinal há razões para cá estar, que há mais para além do mundo que nos deixam ver, que somos muito mais do que o que os outros conseguem compreender e que ninguém, jamais, irá entender o que sabemos de nós. nem temos de explicar, só guardar. um dia, quando não formos capazes de lembrar, há de haver alguém que recorde o tempo feliz, a vida realmente boa e talvez possam acreditar que é possível, que há amor para lá do coração, é muito mais que isso. há muito mais. a diferença vai estar sempre no que fizemos para ser eternamente lembradas por aqueles que temos mais pena de deixar.