quinta-feira, 24 de novembro de 2016

um ano é muito tempo


Um ano passou por mim, passou pela sua ida sem volta, passou pelas saudades de si, que tenho e terei para sempre. Passou um ano desde que o seu olhar se escondeu lá onde me espera. Este é o primeiro ano que separa a minha presença da sua, e já é tanto. Este ano ainda não comi míscaros, nem tortulhos, porque ninguém tem a sua paciência para os descascar. Também nunca mais vi as castanhas do caniço, porque ninguém teve a sua paciência para as acabar de secar. Estamos em pleno outono e foi nesta data que, tal como as folhinhas, me caiu aos pés a notícia de que não ia mais ver esse seu sorriso encolhido e matreiro... Ver aquele gesto de troça com os dedos que mais ninguém consegue imitar, ou ouvir o 'futcarrici' que tantas vezes nos fazia rir. A dor não se transforma em saudade como vem nos livros, aprende-se a viver com ela, com a ajuda do amor, porque o amor pelos nossos também não vem nos livros, vem de dentro. E o meu amor por si é como as saudades que sinto... é eterno.