segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

workshops

Hoje fui a um workshop, supostamente promovido pelo IEFP. Pelo menos era o que dizia a convocatória que recebi. Ao chegar ao local percebi logo que um workshop não podia ser, dado o elevado número de pessoas. Ao menos tinham-lhe chamado sessão de informação ou um nome desses pomposos. Não sei ao certo quantas pessoas eram, mas se não éramos 100, andava lá perto.
Foi hilariante do princípio ao fim, começando pela pouca piada que achei ao facto de metade das pessoas ficarem em pé, dada a má escolha do espaço (se bem que uma das formadoras considerou-o "confortável", pudera, estava sentada. Claro que o burburinho começou aí, também achei confortável, tive a sorte de ficar sentada).
Continuando com a comédia, foi o primeiro workshop a que fui que se iniciou com uma sessão solene com direito a flores, numa mesa comprida como aquelas das entregas de prémios, foi para dar ambiente. Da sessão solene faziam parte o presidente da associação que cedeu o espaço, o presidente da associação que promoveu o "workshop" e duas "formadoras".
Ora entre agradecimentos, enaltecimentos e outros mentos, passou-se meia hora, numa ação que seria de 1h, mais coisa menos coisa. Nessa meia hora ainda houve tempo para a apresentação da associação ali representada e para mais agradecimentos e enaltecimentos. A seguir a isto seguiram-se as formadoras que, em 12 minutos conseguiram resumir o tema da formação, que afinal era "Liderança" (quase que pensei que nem ia ouvir essa palavra, dado o entusiasmo dos agradecimentos e dos enaltecimentos).
E pronto, depois de mais meia dúzia de agradecimentos e enaltecimentos percebi que a estratégia de combate ao desemprego em Portugal continua nas lonas.
Não me interpretem mal, acho muito bem que se faça este tipo de ações, mas para quem esteja interessado nelas. Achava bem sim, que se tivesse feito uma ação de esclarecimento para toda a comunidade e explicar às pessoas o papel das empresas e associações neste sentido. Agora, aproveitarem-se da situação de desemprego de dezenas de pessoas e do facto de a ausência à ação ser sinónimo de cancelamento da inscrição no IEFP ou do corte de subsídio (a quem o recebe), desculpem, mas não posso concordar. Acima de tudo pelas politiquices que acabaram por desencadear alguns dos discursos.
Concluindo, percebi duas coisas: que afinal era uma ação de promoção e não um workshop; e que este país continua igual: uns work e outros shop shop.