terça-feira, 30 de setembro de 2014

LM - 08 - 14

ultimamente os meus pensamentos têm sido teus. como se os tivesses comprado, sem uma única moeda, sem um único custo, apenas com o valor do que ainda representas para mim. tamanho é o valor que adormeço e acordo a pensar em ti. e o pouco que durmo... esse é teu também, nos meus sonhos ainda vivemos em dois mil e oito (parece até que falo de há cinquenta anos ou que nos conhecemos numa das grandes guerras, mas não). passaram apenas seis anos. seis longos anos. seis breves anos.
mudei tanto, mudaste tanto, o mundo mudou tanto. sabes, ainda quero acreditar que somos o que um dia fomos, que as conversas não foram vãs e a cumplicidade também não. hoje, quando olho para trás, vejo duas pessoas que não se souberam compreender, ou que não quiseram. será que chegou a altura de quererem? talvez sim, talvez não, talvez talvez. talvez quem sabe. you never will be mine?
obrigada a ti, que me despertas a consciência, a pouca que ainda tenho!

quinta-feira, 31 de julho de 2014

família

crescemos, ganhamos asas e muitas vezes deixamos para trás muito de nós. pelo caminho encontramos pessoas maravilhosas, pessoas que nos fazem acreditar que voar é a melhor sensação do mundo. voar é como redescobrirmos o nosso ser, conhecer melhor o mundo, aquele mundo que apenas os nossos olhos podem ver. aquele mundo que ninguém nos pode mostrar nem contar.
quando descobrimos novos horizontes temos tendência a maravilhar-nos a ficar demasiado ocupados com tanto que há para descobrir. olhamos ao nosso redor, vemos tudo maravilhoso, vemos tudo único e fácil de realizar. fácil e urgente.
são tantas as horas que usamos a preparar acontecimentos, a imaginar histórias encantadoras, a pensar no futuro. horas tão bem empregues. horas tão bem usadas. jamais me arrependerei de algum momento que vivi ou que venha a viver fora dos meus horizontes. todos eles são tão gratificantes, tão poderosos e deixam tantas saudades, que os viveria outra vez e outra e outra.
agora que já sou crescida, ao ponto de pensar (ou ser obrigada a pensar) no futuro, no futuro da próxima semana, no futuro do próximo mês, no futuro do próximo ano ou dos próximos dez anos, percebo que há tantas pessoas que me fazem falta, com as quais todos os momentos até aqui foram mais fáceis, mesmo sem me aperceber. estas pessoas são os pais, são a família, os vizinhos mais próximos que me viram crescer e que perguntam orgulhosos e esperançosos por um sim á pergunta 'então minha filha, já é desta que vens de todo?'. tenho pena de não lhes poder dizer que sim, porque sei que realmente me querem por perto, mas ao mesmo tempo respondo 'não' com orgulho, porque sei que ficarão ainda mais orgulhosos por saberem que estou a construir o meu futuro.
e então? de que nos serve o futuro? questiono-me tantas vezes. a velha máxima de que os pais não duram para sempre e que a partir de agora a vida é minha, é verdadeira. mas não é única. não pode ser levada sozinha no coração.
estar junto é a melhor maneira de estar perto, mas nem sempre a vida me permitiu essa riqueza. levou-me para outra terra, para outras pessoas (as melhores pessoas que algum dia conheci). quis a vida trazer-me de volta. será por quanto tempo? jamais saberei. enquanto assim estiver, vou aproveitar cada segundo e aprender a pensar na vida como um limite, que pode derrapar a qualquer momento.

terça-feira, 17 de junho de 2014

Saber é bom. Não saber é ainda melhor. Desde quando ser enganado é melhor do que saber a verdade? Desde sempre provavelmente. A mentira pode destruir se for descoberta, mas ao menos a verdade mantém-nos intactos. Temos asas de papel quando somos enganados. Voamos, temos a certeza de tudo e mais alguma coisa. Entretanto a ventania rasga-nos as asas. Caímos tão lentamente que não acreditamos que tudo pode ser o verso do que vemos. Será que é? Não haverão momentos de engano, sem que o próprio engano seja pra sempre? É difícil decidir no que acreditar. Para já, continuo intacta, com as minhas asas de papel. Espero triste pela minha ventania.

sábado, 3 de maio de 2014

para sempre não é muito tempo, o lugar do sempre não importa

um dia vamos separar-nos mesmo. sentiremos saudades de todas as conversas atiradas fora, as descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que partilhamos… saudades até dos momentos de lágrimas, da angústia, do companheirismo vivido. sempre pensei que as amizades continuassem para sempre. hoje já não tenho tanta certeza disso. talvez pelo que a vida me tem ensinado. continuo a acreditar na amizade eterna, mas sob uma forma diferente que ainda não conhecemos. a amizade da saudade, do conforto, da recordação. cada uma vai escolher o seu caminho e vamos magoar-nos muito. podemos telefonar, conversar e recordar tolices, mas nada vai ser como antes. os dias irão passar, meses, anos, até o contacto se tornar cada vez mais raro ou inexistente. vamos perder-nos no tempo. um dia os nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão: quem é esta? vou dizer-lhes que era a minha melhor amiga. e vai doer tanto! foi minha amiga durante anos, e com ela vivi alguns dos melhores anos da minha vida. a saudade vai apertar. vai chegar uma vontade de chorar, ligar, ouvir a tua voz… mas há que pensar duas vezes antes de o fazer, para não interferir numa vida construída longe da nossa amizade. por isso, deixo um pedido especial: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades da vida sejam desculpa para as grandes tempestades que causamos. eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morresses tu, que te tornaste tão especial, numa amizade tão bonita, que nunca hei de esquecer!

Adaptação de Fernando Pessoa

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Uma mágoa que (não) é minha

Gostava de saber como se passa da tristeza às lágrimas. Como é que a água se forma e torna-se numa coisa tão triste? Como é que a expressão de uma dor maior se pode traduzir em gotas de água salgada?
O nó na garganta, o aperto no peito, a comichão e o brilho nos olhos são o suficiente para saber que o que se avizinha não pode ser bom. Saber que o coração dos nossos está apertado, faz o nosso começar a contrair também... Contrai, aperta, começa a bater mais depressa, quase sem espaço para o sangue passar... Evita-se o olhar, fala-se do resto, mas o abraço e o aconchego valem por todas as palavras.
Há pessoas que ficam para sempre, mesmo que fisicamente já não existam!

terça-feira, 11 de março de 2014

faltas tu(do)

tenho andado meia perdida nos últimos tempos. não sei porquê, mas a minha bússola da vida perdeu o norte.
até hoje não consigo encontrar uma razão válida pra nos termos afastado desta maneira. ao ponto de nos portarmos como dois desconhecidos que se cruzam na azáfama do quotidiano.
é triste olhar nos teus olhos e perceber que nada do que vivemos vai voltar a acontecer. eu sei que no fundo o futuro tem um lugar pra nós. mas será que estamos dispostos a esperar para ocupar esse lugar? será que estamos dispostos a por o orgulho que nos separou de lado pra encararmos de frente aquilo que todos nos gritam aos ouvidos? acho que não... há mesmo tempos que vão e não voltam... e por muito que me custe, somos a prova disso. em tempos acreditei que a vida me surpreendesse um dia, com um sonho. mas agora já não acredito. crescemos, seguimos caminhos diferentes. e tudo o que resta agora são lembranças: fotografias, bilhetes, um desenho perdido no fundo da gaveta e muitas memórias, muitas, muitas mesmo...
talvez esteja perdida porque ainda não tive a força suficiente pra me encontrar... porque há seis anos que espero que a vida se encarregue de me encontrar. talvez esteja na altura de olhar pra frente e perceber que as frases feitas que sempre quis ouvir como 'o que lá vai, lá vai', 'o tempo cura tudo', 'o caminho faz-se pra frente', existem por algum motivo...
por mais que os anos passem e por mais quilómetros que eu percorra (mesmo os que percorro parada) vai haver sempre um vazio, vai haver sempre algo em falta... faltas tu.

sábado, 15 de fevereiro de 2014

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

'Às vezes as pessoas desiludem
Mas não fiques em casa parado à espera que mudem'

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

(des)confiança

as boas intenções podem magoar. hoje percebi isso da pior maneira. quando pensamos que uma simples troca de palavras não pode causar mal a ninguém, pelo contrário, pode até fazer bem, a quem tem saudades, a quem tem medo por si, pelo tempo, pela vida, percebemos que afinal pode deixar alguém triste, desiludido, desconfiado. e a confiança é uma coisa triste quando se perde. é bom ter com quem partilhar alegrias, tristezas, medos, que mais ninguém conheça. mas bom mesmo é acreditar que essas alegrias, tristezas, medos, que mais ninguém conhece, não vão ser conhecidos por mais ninguém, senão pela pessoa a quem os confiámos. dói sentir que afinal não devíamos ter falado, contado, revelado a ninguém e ter guardado só pra nós. mas também dói a quem revela, desiludindo. por um lado, pelo arrependimento de ter revelado, por outro pela inocência com que se revelou, mas principalmente, pelo medo de desiludir e da perda de confiança.
pudesse eu ter lido o futuro : (

domingo, 26 de janeiro de 2014

dores

as dores esquisitas... desta vez são físicas e reais. o medo do que elas podem representar assustam. tiram o sono. fazem tremer e tiram o ar. a espera angustiante por uma prova que me descanse. a espera por um conjunto de riscos que define as dores que sinto. o corpo é uma coisa fantástica. mas prega algumas partidas. espero que esta não seja uma delas.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

'about time'

o tempo... o que é? só mais uma coisa? porque não? todos os dias gostamos mais e menos das situações por que passamos. no momento podemos não saber distingui-las, mas mais tarde, quando o tempo passar, sabemos se é uma que gostamos ou não. dependendo da vontade que temos de repeti-la ou mudá-la. voltar no tempo seria uma grande ajuda para as que gostaríamos de mudar. voltar atrás, não tropeçar naquela pedra, tropeço esse que foi motivo de risada da malta que viu. voltar atrás para dizer a uma pessoa o quanto gostamos dela, quando nos apercebemos que é tarde demais. voltar atrás para mostrar a alguém que éramos capazes de fazer melhor. e para que? ao querer voltar no tempo olhamos para o passado, com a esperança que o futuro seja melhor. mas... e o presente? em que segundo é que aparece o presente? não aparece, porque nenhum momento é suficientemente bom para nós para o aproveitarmos por inteiro. porque se houvesse a mínima hipótese de voltar atrás, voltaríamos sem hesitar. para dizer um 'mas', um 'sim', um 'espera', um 'obrigada', um 'amo-te'. mas e o presente? volto a perguntar... seremos tão pouco modestos ao ponto de acharmos que somos donos do tempo? a única garantia que temos é o presente. é o único que podemos controlar, é o único que podemos mudar. porque os cinco minutos anteriores a este já passaram e já não há nada que possamos fazer para os mudar. os próximos cinco? não sei se estarei cá para os querer mudar. e no meio disto tudo, perdi mais dez minutos a pensar no passado e no futuro, em vez de aproveitar o sabor do maravilhoso chá que estava a beber. posso fazer outro chá. mas não vou conseguir sentir o mesmo sabor que podia ter sentido cinco minutos antes. quero voltar atrás no tempo? não. quem sabe se agora não saberá melhor.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

(des)acompanhada

não era assim tão fácil
olhar para o que construiu
custava mais olhar
para o que o tempo destruiu
longas noites ao sabor do tempo
com o medo do carinho
que a podia ferir por dentro
sem saber bem o porquê
a sorrir, corou e fugiu
sem esperar que o tempo passasse
teve pressa de fugir pra longe
antes que o coração falasse